UM ANO DE TELETRABALHO: A SAÚDE MENTAL COMO PRÓXIMO DESAFIO

UP PARTNER
6 min readMar 12, 2021

A crise que se adivinha diz-nos para onde temos de ir

Faz um ano que, num país de brandos costumes, foi preciso acelerarmos. Mudámos a roda em andamento e ainda estamos nessa fase.

Aliás, quem trabalha em comunicação, está sempre nessa fase.Mas demos início a uma nova (mais uma) transformação social pela qual estamos a atravessar e cujos resultados estamos longe de conhecer, mas que na UPPartner procuramos antecipar e antever para melhor responder.

De um dia para o outro, alterámos drasticamente os nossos comportamentos. Fechámo-nos em casa, isolámo-nos e passámos a viver quase em exclusivo no universo digital.

Ganhámos novos hábitos de interação, de trabalho e de consumo. E reforçámos outros que, aos poucos, vínhamos a adquirir.

Tudo isto aconteceu num instante.

A experiência e a necessidade do Teletrabalho

Quem começou a trabalhar em comunicação quando os telefones mal eram móveis (quanto mais smart), sabe que a adaptação às circunstâncias faz parte do dia a dia. Por vezes, de hora a hora.

Sempre que possível, procuramos antecipa-las.

Mesmo ainda sem qualquer caso ligado à Covid-19 no nosso país, já os nossos recursos humanos se preparavam para o que aí vinha. Uma semana antes de ter sido decretado o estado de emergência em Portugal, os nossos colaboradores já estavam em casa, em teletrabalho.

Foi com base nos conhecimentos entretanto adquiridos pela nossa equipa que fomos capazes de evitar surpresas e adquirir os recursos necessários, incluindo equipamentos e software, para que a comunicação interna se mantivesse coesa e os trabalhos em linha pudessem ser entregues com a qualidade que lhes é reconhecida.

Essa qualidade advém do conhecimento e do estudo comportamental.

O ser humano é um ser eminentemente social que anseia por interação e participação na comunidade. De certa maneira, anseia até por competição.

Isto é verdade hoje, como ontem. E, acreditamos, assim será também amanhã.

A novidade foi a aceleração do processo que exigiu que ligássemos este anseio ao mundo digital, num ápice. Conseguirmos ter percebido isto em tão pouco tempo é, por si só, motivo de orgulho na nossa equipa.

A título de exemplo, numa área tão afetada como a área dos eventos, em poucas semanas apresentámos uma plataforma de eventos virtuais e híbridos: a UPPartner MeetUP.

Sabíamos que urgia o encontro de uma solução que não só permitisse a continuação desta atividade, como permitisse também aos nossos parceiros de negócio continuarem a comunicar com os seus colaboradores, clientes e parceiros.

O mesmo fizemos na área do Healthcare quando certificámos a nossa equipa na plataforma de conteúdos Veeva Partners, permitindo assim continuarmos a trabalhar e apoiar as equipas de marketing de saúde e os delegados de informação médica.

Mas todas as soluções que encontrámos, bem como as tendências que antecipámos, tiveram como base o comportamento humano e o anseio pelo contacto que se perdia, derivado da perda de relações interpessoais.

Será por acaso que os consumidores começam a seguir cada vez mais pessoas, ao invés de marcas?

Será por acaso que abrimos uma nova unidade de negócio dedicada ao marketing de influência?

Uma questão de proximidade

A par da perda deste contacto, os consumidores começaram a sentir o receio provocado pela incerteza.

Com os espaços comercias físicos fechados, acompanhados pela falta de conhecimento acerca do funcionamento do e-commerce, testemunhámos mesmo algumas fases de açambarcamento.

Mas a insegurança sentida pelos consumidores foi também causada, em certa medida, por parte de algumas marcas, evidentemente pouco preparadas para uma mudança tão abrupta.

Em conjunto com os nossos clientes, abordámos os novos projetos com um enfoque particular nas suas capacidades de experiência do utilizador e na eficácia do ponto de venda, tanto online como offline.

Acompanhámos a par e passo a sua evolução e procurámos dar enfâse à necessidade de serem criadas promoções online e passatempos com prémios, de modo a apoiar as famílias em necessidade.

Da mesma forma que, em momentos de crise, os nossos clientes esperam que nos coloquemos ao seu lado para a apresentação de propostas inovadoras, os consumidores esperam isso das marcas que fazem parte da sua vida.

Esperam que compreendam a sua situação e que se coloquem ao seu lado.

É claro que os passatempos não são uma ideia nova. Mas são isso mesmo: um passa/tempo, aspeto importantíssimo para quem passa por dificuldades que não esperava, tendo a possibilidade de ganhar com isso uma ajuda extra, enquanto se distrai da situação nem que seja por breves momentos.

Os novos hábitos influenciados pelo digital

Desta experiência irão, com certeza, sair novos hábitos comportamentais e de consumo.

Sobre isso, não temos a mais pequena dúvida.

Uma aceleração na aprendizagem digital como a que atravessámos, vai deixar a sua marca. E, como sabemos, o digital não está a ficar mais lento.

De qualquer modo, há certamente algumas tendências sobre as quais nos podemos debruçar.

A sustentabilidade social e ambiental, por exemplo, com destaque para a produção nacional, são já preocupações às quais temos de dar atenção.

Os consumidores habituaram-se ao mundo digital, como um todo. A falta de prática que existia deixou de ser um obstáculo.

Apoiados pelo digital, os eventos vão poder tornar-se mais sustentáveis, substituindo o físico pelo digital, sempre que necessário ou possível.

Depois de uma fase de aprendizagem mútua, consumidores e marcas estão hoje mais do que habituados à ideia de e-commerce, obrigando as marcas a repensarem por completo os seus espaços e a atraírem as pessoas até si.

O digital tornou-se numa área transversal e imprescindível a todas as áreas de negócio e comunicação. Tal exigiu uma maior diversidade de linguagens de programação e de soluções de propagação de serviços ou mensagens.

Inteligência de dados, cibersegurança, sistemas de design ou design de serviço são já expressões de hoje, relevantes e atuais.

E, se não for por mais nada, que se note que reaprendemos a preocupar-nos e a cuidarmos uns dos outros. A estarmos mais presentes, pela razão paradoxal de estarmos longe fisicamente.

Na UPPartner, soubemos cuidar uns dos outros e isso é também, em si mesmo, um privilégio.

Chegados aqui, estamos já a preparar-nos para respondermos aos próximos desafios.

Mas é importante que se sublinhe que não teríamos aqui chegado, não fosse o reconhecimento por parte dos nossos clientes e parceiros e, claro, ao extraordinário esforço dos nossos profissionais de saúde.

O próximo desafio: Saúde Mental

O impacto de uma mudança tão abrupta como esta começa agora a revelar os seus efeitos, na forma de “fadiga pandémica” e de níveis de saúde mental reduzidos.

É o resultado imediato e inevitável de um ano em confinamento — e do que ainda falta.

Por isso, penso que este é o próximo obstáculo que as marcas terão de ultrapassar, ainda antes de chegarmos àqueles que virão a propósito da crise social e económica que se avizinha.

É necessário que se garanta que todos os colaboradores não só têm à sua disposição os meios necessários para que trabalhem de forma autónoma, como devemos procurar que se sintam envolvidos por inteiro no sucesso dos nossos projetos.

Para isso, deve também existir uma aposta na criação de ferramentas que nos ajudem a melhorar a organização e gestão de projetos, contemplando a inevitabilidade da operação anywhere. Ou seja, do trabalho remoto, seja em espaços de coworking seja a partir de um local um pouco mais longe, como o interior, com mais qualidade de vida.

Afinal, já provámos que o teletrabalho é possível.

Mas, neste momento, a nossa prioridade deve virar-se para a saúde mental e para a resposta à insegurança e receio que as pessoas sentem. As marcas que conseguirem dar resposta a este problema, serão aquelas que melhor vão estar preparadas para o desafio seguinte.

Ao longo dos meses que se passaram, começamos agora a preparar-nos para sairmos de casa, carregados de novos hábitos. E alguma insegurança quanto ao futuro.

Quanto a nós, na UPPartner há já algumas semanas que começámos a trabalhar em proximidade com psicólogos e profissionais de coaching emocional, de modo a podermos criar ações de comunicação que incidam sobre este aspeto importantíssimo.

Hélio Soares, CEO UPPartner

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